Como obter o máximo impacto no inglês do seu artigo?
Descubra os principais pontos da redação científica e tenha uma versão inglês de alta qualidade
Uma redação científica é um tipo especializado de escrita como tantas outras, por exemplo novelas, poesia, peças, artigos de jornais, memorandos, relatórios, guias, manuais, e até mesmo cartas de amor. Na modalidade científica são incluídos artigos científicos, relatórios técnicos, teses, dissertações, protocolos de laboratórios, livros e monografias.
Infelizmente, em escrita científica, a mensagem vem sendo obscurecida pelo uso excessivo de palavras sofisticadas, frases longas e complicadas, floreios, gramática desajustada, uso obsessivo de terminado recurso linguístico, abreviaturas em abundância, palavras desnecessárias e a famosa enrolação, popularmente conhecido como “encher linguiça.”
Como editores de revistas e profissionais liberais revisores de textos, nossa responsabilidade para com os leitores é exigir que os autores removam esses impedimentos para melhorar o entendimento pelo público. Ao remover os excessos de seus textos, os autores também serão beneficiados pois economizarão tempo, uma vez que os periódicos solicitarão menos correções. Ganharão maior respeito de seus leitores ao mostrarem que tiveram trabalho de se expressar mais claramente. E por fim, terão menos rejeições de órgãos financiadores e, consequentemente, mais financiamento.
O que os autores muitas vezes ainda não percebem é que quanto mais direto e organizado é seu texto, maior será sua abrangência. E, somado a isso, este texto será versado para uma outra língua de uma forma mais eficaz. A este respeito, os tradutores costumam sempre frisar que é muito importante que textos originais mal redigidos na língua base (nosso caso, o português), dificilmente serão reeditados com êxito em outra língua.
Prolixidade é algo que afeta muito os textos acadêmicos, principalmente os escritos em língua portuguesa. Este tipo de produção textual tende a abusar da escrita, prorrogando desnecessariamente o discurso com excessivas argumentações e overdose de palavras. Isso deixa seu texto mais confuso, monótono e entediante. Lembre-se: "Se você não consegue explicar seu trabalho para uma criança de oito anos, você mesmo não o entende."
Grande parte do que se pode fazer em uma organização, empresa ou órgão público pode ser contata em forma de história. Portanto, textos destinados a publicação não devem ser passíveis de entendimento, mas sim impossível de se mal interpretar. E assim, lançamos a pergunta: qual é o ponto de escrever se ninguém consegue entender sua mensagem?
Dado o exposto, abaixo vamos fornecer algumas dicas para se elaborar uma escrita persuasiva.
- Comece pelo título. Um artigo sem um bom título não vale a pena ser escrito, pois este será o primeiro impacto do leitor com seu texto. Assim, é sensato perder mais tempo elaborando um bom título, e lembre-se sempre de pedir opiniões.
- Evite os chavões o máximo que puder. Chavões ou clichês podem matar sua argumentação. Como diz o roteirista Robert McKee: "chavões são a raiz da insatisfação do público leitor, como uma praga eles espalham-se através da ignorância e infectam toda a mídia." Portanto, evite o uso de metáforas, analogias, ou outras figuras de linguagem que você está acostumado a ver em artigos.
- Se no processo de escrever, você ficar confuso, pare de escrever. Vá ler um bom artigo, traga novas ideias ao seu pensamento. Pesquise, pesquise, descanse e volte ao processo mais tarde. Com isso, você poderá trazer mais argumentos para solidificar suas hipóteses, e para organizar suas ideias.
- Não tente escrever como um escritor profissional. Apesar de podemos perfeitamente passar nossas ideias para o público, não somos escritores profissionais ou poetas. Portanto, devemos fazer isso da forma mais simples e concisa possível.
- As palavras são suas ferramentas para convencer os leitores com seus argumentos, conquistando-os e, provavelmente, vendendo sua ideia. Enquanto a maioria geralmente tende a adotar um estilo prolixo e pomposo em sua escrita, escritores confiantes escrevem como eles falam, deixando o texto mais próximo do leitor.
- Siga a regra: “quanto mais curto, melhor.” Use palavras, orações e parágrafos mais curtos. Não tenha medo de começar uma nova sentença ou parágrafo. Mas claro, faça isso de forma lógica e quando o ritmo do texto exigir, mas quanto mais você o fizer, melhor será o resultado. Várias fontes vêm aconselhando pesquisadores a usar em torno de 20 a 25 palavras em cada oração dos seus textos científicos. Isso certamente favorecerá a legibilidade de seu texto.
- Peça para alguém ler seu trabalho antes de finalizar. Pode ser um colega de trabalho, pesquisador do grupo, orientador ou supervisor, chefe (em caso de empresa), amigo próximo, parentes ou familiares, enfim, qualquer pessoa que possa ter uma visão diferente sobre seu texto. Esta pessoa poderá detectar um erro, ou mesmo sugerir algo útil. Mas, o mais importante, esta ajuda permite que você veja suas palavras através dos olhos de outras pessoas. Assim, você poderá tornar seu texto mais adaptado ao público, eliminando excessos.
- Livre-se de palavras complicadas ou jargões técnicos e abreviaturas em demasia. O que se visa ao se publicar um artigo científico é fornecer informação a comunidade científica e a população de modo geral, não para inflarmos nossos egos.
As dicas acima, de modo geral, darão um norte para elaboração de seus textos, seja em português ou outra língua. Lembre-se sempre: “Keep it short but concise and reader-friendly.”